Eleições se aproximando. Muito se fala pelo campus da PUC de chapas de centros acadêmicos e DCE. Este ano esquizofrênico, em que Gabeira perdeu por 50 mil votos e teve candidato mandando cartas indesejadas para residências dos filhos das pucs, nos guardou uma inédita surpresa: 5 chapas concorrerão ao DCE (com certeza retrata a grave situação do movimento estudantil da PUC-Rio).
Como alguns escritores dizem, a forma mais simples e eficaz de se dominar o homem é pelo assassinato da história. Por isso, meio a muitas propostas, que vão desde a reforma do campão à eleição direta para reitor, tentaremos fazer um apanhado histórico sobre cada chapa concorrente ao Diretório Central dos Estudantes. Comecemos, então:
· Reforma do Campo – Grupo formado, majoritariamente, por alunos de Comunicação. Obviamente, uma chapa de protesto que tem como grande objetivo a reforma do campão. Apesar da quadra encontrar-se em situação precária e a questão esportiva/saúde ser importante, a PUC tem outras prioridades. Todo respeito a esta chapa, mas o momento pede uma chapa mais contestadora e que mexa nas feridas administrativas da PUC e que tenha mais de uma proposta.
· Terceira Via – Grupo de alunos, em sua maioria, de Relações Internacionais. Os componentes dessa chapa ajudaram o atual DCE Idéias a se eleger em 2006, passaram todo o ano de 2007 juntos e se reelegeram ao final do mesmo ano. Este ano é ano de eleições municipais. Logo após as eleições, em outubro, esse grupo rachou com o DCE. Até agora, ninguém sabe ao certo os reais motivos desse racha político. Mas chega a soar cínico falar que eles são oposição ao Idéias após 1 ano e 10 meses juntos. Será que eles são uma oposição ou uma ala que apenas quer uma maior fatia do bolo (poder)?
· Idéias – Atual DCE desde 2007. Em seu primeiro ano, fizeram uma gestão conturbada, desrespeitando alguns CAs e acabando com o Conselho de CAs (espaço de discussão onde cada curso e o DCE têm direito a um voto cada) pois eles tinham a minoria dos cursos. Dessa forma, puderam levar suas “idéias” e propostas ainda que com minoria... Mesmo com a vida cultural da PUC sendo expulsa do campus da PUC, há quem diga que eles “até fizeram algumas coisas boas”. Ok, respeitamos a opinião de cada um. Mas, em 2008 as máscaras caíram. Durante o primeiro semestre, o DCE passava 90% do tempo com as portas fechadas, não havia grandes projetos; estava tudo calmo e silencioso. Eis que, TCHARAM: o presidente do DCE lança candidatura a vereador pelo Democratas! Após perder quase meio ano, entendemos o porquê da apatia do DCE: estavam todos ocupados demais com a campanha. Pois é, o presidente do DCE da PUC se utilizando da máquina (o órgão representativo dos alunos) para se beneficiar individualmente. Isso é errado. Parou por ai? Claro que não! De alguma forma bastante duvidosa conseguiram acesso a dados sigilosos dos alunos e mandaram cartas com material de campanha do aspirante a vereador. Que papelão. Após o fiasco das eleições, vimos um Festival da Primavera (o verdadeiro evento cultural independente da PUC) em que grande parte dos alunos da faculdade não sabiam o que estava se passando. O momento de expor trabalhos de alunos e fazer uma verdadeira onda cultural fora por água abaixo (e olha que eles ainda “contrataram” mão de obra para organizar). E ainda tem mais, apenas nas vésperas das eleições apresentam uma prestação de contas bem duvidosa em um jornal high-tech. Bonito né? Não! A Vice Reitoria Comunitárias proibiu a circulação do informativo, pois desrespeitava leis eleitorais. Ufa. Quanta coisa, e isso porque nem toquei no assunto mais polêmico: o tal bicicletário...
· Roda Viva – O buraco é bem embaixo. Voltemos ao ano de 2006. Durante a gestão do DCE ComUnidade (que teve, sim, sérios problemas de organização mas nunca problemas éticos) um grupo filiado ao PT e PCdoB tentou partidarizar o DCE. Após muito quebra-pau, foram convidados a se retirar. Todos pensavam que eles fariam uma chapa com suas próprias ideologias e vínculos partidários. Triste engano. Juntaram-se com alunos publicamente de direita, uma direita ferrenha. Assim, formaram e ganharam o DCE, o DCE Idéias. Ficou uma pergunta no ar: será que eles realmente eram de esquerda ou queriam uma forma rápida de chegar ao poder? Após quase um ano juntos e com juras de amor de ambas as partes, a mesma ala de partidos vermelhos é convidada a se retirar, pois, novamente, tentaram colocar seus respectivos partidos e a UNE dentro do DCE (sinceramente, uma boa ação do Idéias, pena que eles não cortaram o vínculo com o Democratas...). Assim, formou-se o coletivo Roda Viva. Agora, nestas eleições de 2008, eles se auto-entitulam “a maior chapa de oposição da PUC”. Oposição? Só se for nas cores: verde x amarelo. Em suas propostas, defendem a UNE (União Nacional dos Estudantes – órgão estudantil dominado por partidos políticos) e dizem não sofrer influência de partidos políticos. PEGADINHA DO MALANDRO!!! A maior parte do conselho executivo (os que teriam direito a voto nas reuniões de um possível DCE) são filiados a partidos políticos, recebem verba de seus partidos para a campanha e... você tem visto um grande número de camisas amarelas andando pela PUC? Não se enganem, pois muitos são de outras faculdades, colegas de partidos. Belo coletivo hein... Bela “maior chapa de oposição da PUC”. BALELA!
· Primavera nos Dentes 11 – Chapa formada por alunos de diversos cursos que traz uma renovação, haja vista que na ficha de inscrição (disponível a todos na Vice Reitoria Comunitária) grande parte dos alunos têm matrículas de 2007 e 2008. Esta e a Reforma do Campo são as únicas que nunca estiveram junto com o atual DCE. Defende repasse de verbas aos CAs justo e igualitário. Um grupo que quer um DCE SEM PARTIDOS POLÍTICOS e pretende fazer uma gestão aberta, regulada por um estatuto, onde todos possam exercer sua representatividade. Tem uma proposta de questionamento em relação a certos assuntos que influenciam na vida acadêmica dos alunos (ex: valor das mensalidades, defesa aos alunos do PROUNI). Com uma campanha sem financiamentos de partidos ou empresas, a chapa movimenta-se com o dinheiro arrecadado das vendas de camisas (não dá camisas em troca de votos) e tenta convencer na base do diálogo. SE eleita, a chapa poderá errar. Mas nunca em relação às suas ideologias.
“Texto tendencioso” o leitor deve estar pensando. Pode ser verdade. Mas algumas coisas e certos discursos pré-fabricados e vazios começam a fazer sentido (ou, na verdade, a não fazer), né?! Enfim, procurem as chapas e leiam suas respectivas propostas. Vote consciente e não por ganhar camisa ou por simpatia a algum amigo. Vote e tenha em mente: o destino da PUC está em suas mãos.